domingo, 17 de abril de 2011

APLICAÇÕES DA QUÍMICA INORGÂNICA DOS COMPOSTOS COORDENADOS

UM COMPLEXO QUE SALVA VIDAS - CISPLATINA Cl2H6N2Pt
A cisplatina, fórmula Cl2H6N2Pt - 300.1 g.mol-1, é um sólido cristalino amarelo profundo, quando oriunda de uma solução reconstituída apresentará coloração transparente (T.F. 270 °C - se decompõe).

Na molécula da cisplatina, planar, salienta-se:
  •  doias átomos de cloro;
  • dois grupamentos amino.
A cisplatina ou diaminodicloroplatina (DDP) tem uma geometria quadrado planar. Esta forma minimiza interações repulsivas entre os elétrons nos orbitais d do centro metálico, e por isso os ligantes se organizam num plano ao redor do átomo de Pt, e não como um tetraedro. Há uma diferença entre as formas cis e trans de um complexo com dois conjuntos de ligantes idênticos sobre um átomo central planar, sendo a forma cis aquela biologicamente ativa.

cis trans

















Ilustrações de cis-DDP e trans-DDP


A cisplatina é um composto inorgânico largamente empregado no tratamento de uma variedade de tumores. É um composto fascinante devido a sua descoberta acidental, seu poder terapêutico e mecanismo de ação.
O composto que chamamos de cisplatina foi sintetizado pela primeira vez por M. Peyrone, em 1844, e era denominado o "cloreto de Peyrone". Sua estrutura foi inicialmente elucidada por Alfred Werner em 1893. No início dos anos 60, uma série de experimentos nos laboratórios de Barnett Rosenberg, na Michigan State University, resultou em alguns resultados peculiares: a cisplatina prevenia a divisão celular da bactéria E. coli, mas não impedia nenhum outro processo de crescimento na bactéria. Este efeito fez com que o grupo de Barnett começasse a testar a cisplatina em tumores de camundongos. Verificou-se que a cisplatina era altamente eficaz na eliminação dos tumores. Ensaios clínicos com seres humanos mostraram resultados positivos, porém limitados, devido aos efeitos colaterais como toxicidade renal, vômitos, neurotoxicidade, supressão da medula óssea e perda de audição. Porém, os efeitos adversos tornaram-se suportáveis através do uso de terapias adjuvantes e a cisplatina foi aprovada para uso em 1978, sendo usada para combater uma série de tumores (tumores de células germinativas, carcinoma de bexiga avançado, carcinoma do córtex adrenal, câncer de mama, carcinoma de cabeça e pescoço e carcinoma do pulmão).
Acredita-se que a cisplatina elimina as células cancerosas através da sua ligação ao DNA, interferindo com o seu mecanismo de reparo e levando à morte celular. Depois que a molécula de cisplatina penetra na membrana celular externa e em seguida no núcleo, ela atinge o DNA. Ali ocorre a substituição de um dos íons cloreto por uma molécula de água. A estrutura resultante pode se ligar a um átomo de nitrogênio a uma base nitrogenada de um nucleotídeo no DNA. Então, um segundo cloreto é substituído por outra molécula de água e a platina se liga a um segundo nucleotídeo. Estudos da ligação da cisplatina com DNA indicam uma preferência pelo nitrogênio 7 em duas guaninas adjacentes na mesma fita do DNA.

reação

Ela também se liga, em menor grau, à adenina e entre as fitas de DNA. O complexo DNA-cisplatina atrai Proteínas do Grupo de Alta Mobilidade 1 (Proteínas HMG1, High Mobility Group 1) e outras proteínas de reparo do DNA, que se ligam irreversivelmente. Isso resulta numa distorção no DNA, impedindo um reparo eficaz. O acúmulo destas ligações da cisplatina ao DNA leva à morte celular. Porém, quando as células cancerosas possuem os mecanismos de identificação de reparo inativos, drogas como a cisplatina tornam-se ineficazes.

Créditos 
Baseado em texto originalmente publicado em : http://www.chm.bris.ac.uk/motm/cisplatin/htmlonly
Versão para o português: Paula B. M. De Andrade, PhD

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Instituto do Câncer de SP apresenta ultrassom capaz de destruir tumores


Pulsos de ondas sonoras queimam o tecido doente.
Instituto vai pesquisar aplicação da técnica em tumores malignos em ossos.

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) inaugurou nesta quinta-feira (14) um serviço de ultrassom - ondas sonoras de alta frequência que o ouvido humano é incapaz de escutar - para destruir células cancerígenas, sem a necessidade de cirurgia e anestesia. O novo equipamento estará disponível à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar do efeito do ultrassom em tumores já ser conhecido, o novo equipamento consegue focar até mil feixes em um único ponto - com a ajuda de um aparelho de ressonância magnética. Com o calor, as células cancerígenas são queimadas, sem que o aumento de temperatura afete os tecidos saudáveis vizinhos.
Único na América Latina, o aparelho é de tecnologia israelense e custou R$ 1,5 milhão. Segundo Marcos Roberto de Menezes, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Icesp, seis mulheres já foram atendidas com sucesso para casos de miomas - tumores benignos, de tecido muscular e fibroso, conhecidos por afetar o útero.
MRgFUS 1 (Foto: Mário Barra / G1)
Aparelho de ultrassom de alta frequência (em azul), ligado a uma esteira para receber pacientes durante ressonâncias magnéticas (Foto: Mário Barra / G1)
O Icesp já solicitou protocolos de pesquisa para testar a eficiência da técnica em metástases - câncer que se espalharam pelo corpo - ósseas.
"Essa tecnologia ainda é experimental, não só no Brasil, como em outros centros do mundo", afirma Marcos. "No caso das metástases, a aplicação seria um paliativo, mais indicada para reduzir as dores causadas pelo tumor e aumentar a qualidade de vida do paciente."
Como funciona
O tratamento, no entanto, não serve para qualquer paciente. Um estudo anterior precisa ser feito para saber quem pode passar pelo ultrassom.
"Dois fatores que são levados em conta na escolha das pacientes são o local do tumores e o tamanho deles", explica o médico do Icesp.
A técnica dispensa o uso de anestésicos. "As pacientes ficam conscientes durante toda a operação, recebem apenas sedativos", explica Marcos. Segundo o médico, o procedimento não causa dor intensa. "As pacientes costumam reclamar de dores parecidas com cólicas menstruais, mas isso somente durante o exame."
Infográfico MRgFUS 1 (Foto: Arte / G1)
No caso do uso da terapia contra miomas, as pacientes deitam, de bruços, em uma esteira usada comumente em exames de ressonância magnética. O aparelho de ultrassom fica logo abaixo da cintura.
O diagnóstico por imagem permite conhecer as áreas onde estão os miomas. Após definir os pontos que serão destruídos pelo calor, os médicos começam a disparar as ondas sonoras em pequenos pontos dos tumores. Cada pulso demora apenas alguns segundos. Vários são necessários para queimar uma área inteira. Toda a operação pode levar até, no máximo, 2 horas.

O ultrassom eleva a temperatura das células cancerígenas até 80º C.
"Esse calor destrói qualquer tipo de célula", diz Marcos. "A grande vantagem é que as áreas ao redor do tumor não são afetadas, a técnica é muito precisa, só ataca o que é necessário."
Novo laboratório
O Icesp também inaugurou o Centro de Investigação Translacional em Oncologia - uma rede com 20 grupos de pesquisa em câncer. O espaço foi aberto em cerimônia que contou com a presença do governador Geraldo Alckmin e de Paulo Hoff, diretor do instituto.
Com uma área de 2 mil metros quadrados, o andar no Icesp vai permitir o avanço em estudos sobre o câncer que reúnam conhecimentos de áreas diversas como a biologia molecular, epidemiologia e a engenharia genética. O custo do investimento foi de R$ 2 milhões.
O objetivo, segundo Roger Chammas, professor de oncologia do Icesp e responsável pelo espaço, é reunir todo o conhecimento que se encontra espalhado nas frentes de pesquisa de órgãos como a USP, o Hospital A.C. Camargo e Instituto do Coração.
MRgFUS 2 (Foto: Mário Barra / G1)Sala do recém-inaugurado Centro de Investigação
Translacional em Oncologia.(Foto: Mário Barra / G1
)
Entre os equipamentos disponíveis para receber os grupos de pesquisa estão microscópios a laser, sequenciadores de DNA e centrífugas. Haverá também um banco de amostras de tumores, que serão congelados para conservação.
Essa troca de informações é o que classifica o laboratório como "translacional".
"Essa palavra quer dizer que os conhecimentos de uma área em medicina são traduzidos para outra, com o objetivo de fazer o progesso das pesquisas ser integrado", explica Chammas.
Segundo Giovanni Guido Cerri, secretário estadual de Saúde, a importância do espaço está na busca futura de novos tratamentos contra o câncer. “Este novo laboratório e o serviço de ultrassom de alta frequência colocam São Paulo em uma posição privilegiada na rede nacional de atenção ao câncer”, afirma o secretário.

Fonte: G1.globo.com

quinta-feira, 31 de março de 2011

A TERRA NÃO É REDONDA!


"Cientistas elaboram mapa da gravidade da Terra"

A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou, nesta quinta-feira (31), o mapa mais preciso já feito até hoje da gravidade da Terra. As informações foram coletadas durante dois anos pelo satélite Goce. O modelo, chamado de geoide, mostra minunciosamente que a Terra não é completamente redonda.

Veja como é a superfície da Terra considerando a gravidade sem a ação de marés e de correntes oceânicas: 

O satélite Goce foi lançado em março de 2009 e já recolheu mais de 12 meses de dados sobre a gravidade. De acordo com a Esa, essas informações são essenciais para medir a movimentação dos oceanos, a mudança do nível do mar e a dinâmica do gelo – e para entender como são afetados pelas mudanças climáticas.

A Esa também explica que os dados podem ajudar a entender mais profundamente os processos que causam terremotos, como o evento que assolou o Japão no dia 11 de março. Isso porque os terremotos criam “rastros” na gravidade, o que poderia ser usado para entender o processo que conduz catástrofes naturais e, assim, prevê-los.

A ideia dos pesquisadores da Esa é continuar medindo a gravidade até o final de 2012. O satélite Goce, responsável pelos dados, pesa uma tonelada e orbita a baixa altitude. Ele usa um equipamente específico para medir a gravidade.
Fonte: Yahoo

domingo, 27 de março de 2011

HORA DO PLANETA - ACREDITE, VOCÊ PODE!

A HORA DO PLANETA É A SUA HORA!

Ontem, dia 26 de março de 2011, ocorreu a 5ª Edição da Hora do Planeta. A Hora do Planeta é um movimento anti-aquecimento global da ONG WWFpara mobilizar a sociedade em torno da luta contra o aquecimento global, realizada desde 2007. Em um período de 60 minutos (correspondente a 1 hora) do último sábado de março de cada ano, governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.
No primeiro ano, apenas a cidade de Sydney (Austrália) participou. Já em 2008, o movimento contou com a participação de 50 milhões de pessoas, de 400 cidades em 35 países. Simultaneamente apagaram-se as luzes do Coliseu, em Roma, da ponte Golden Gate, em São Francisco e da Opera House, em Sidney, entre outros ícones mundiais. Já em 2009, foram 3922 cidades em 88 países do globo.

Redução do Uso de Eletricidade
De acordo com a EnergyAustralia, uma empresa de eletricidade local, o consumo de electricidade durante o evento de 2007 em Sydney foi 2% inferior durante as horas do que poderia ser esperado dado o tempo, condições meteorológicas e passado padrões de consumo de quatro anos. O Herald Sun comparou essa quantidade como "tendo 48,613 carros a menos na estrada por 1 hora"

Na edição de 2009, no Brasil 100 cidades, mais de 700 empresas e 300 organizações manifestaram apoio ao evento. Na cidade do Rio de Janeiro, pontos turísticos como o Cristo Redentor, a orla de Copacabana e o Pão de Açucar tiveram suas luzes apagas por um hora.
São Paulo, que também aderiu ao apagão em pontos importantes, como a Ponte Estaiada, Monumento às Bandeiras, Viaduto do Chá, Estádio do Pacaembu, Teatro Municipal, Obelisco e Parque do Ibirapuera, Edifício Copan, Instituto Butantan e o Museu de Arte Moderna.
Participaram, dentre outros monumentos, o Palácio do Planalto e o Palácio do Itamaraty, e a Esplanada dos Ministérios e a Catedral, em Brasília.
Na imagem, Estufa do Jardim Botânico
com suas luzes sendo apagadas em 201
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No sul do Brasil, Curitiba foi a primeira cidade a aderir e mais de 10 importantes monumentos têm suas luzes apagadas, como a Estufa do Jardim Botânico, o Teatro Paiol, a fachada do Paço da Liberdade, a Fonte de Jerusalém, Torre da Biodiversidade, Torre Panorâmica, Monumento de Bambu na Linha Verde e o Portal de Santa Felicidade, além de dezenas de instituições públicas e privadas – como o Shopping Palladium e a Universidade Livre do Meio Ambiente, por exemplo. Algumas peças de teatro do Festival de Teatro apagam suas luzes por um minuto, como forma simbólica de mostrar adesão ao movimento.





Brasil repete sucesso e bate recorde na Hora do Planeta 2011

Por WWF Brasil

“Em todas as regiões do país, governo, empresas, pessoas e organizações ajudaram a marcar um recorde de participação na edição de 2011 do movimento global. Agora, é preciso avançar para além da hora.”

Com a participação de 20 capitais em um conjunto de 123 cidades, os estados do Acre e do Espírito Santo, além de mais de 1.948 empresas e organizações, a Hora do Planeta 2011 bateu um recorde de participação desde que o evento global é realizado no Brasil, há três anos. Atrelado ao maior movimento global contra o aquecimento planetário, milhões de brasileiros puderam apagar as luzes de suas residências e conferir monumentos, prédios públicos, empresas e outras edificações sem iluminação por uma hora. Pode parecer pouco, mas o gesto chama para uma grande reflexão e ações sobre os desafios impostos pelas mudanças climáticas e questões ambientais em geral.
"A participação de pessoas, organizações e governos na Hora do Planeta é um gesto concreto em direção à sustentabilidade. Significa que todos estão preocupados e atentos ao aquecimento global e que queremos fazer a nossa parte pelo direito de nossos filhos e netos herdarem um planeta habitável", afirmou Denise Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.
E como não podia deixar de ser, capitais e demais cidades brasileiras proporcionaram momentos emocionantes e de grande mobilização pública. 



E VOCÊ, FEZ A SUA PARTE?
O MUNDO AGRADECE?



Mais notícias: 

http://www.horadoplaneta.org.br

sábado, 26 de março de 2011

INOVAÇÃO VALE A PENA?

A inovação se converteu no Santo Graal das economias modernas. Sejam elas a Espanha, Coreia do Sul, Brasil ou a Índia, todas estão empenhadas em repensar seus modelos de inserção internacional, procurando escalar a cadeia de valor agregado com novos produtos e processos. Desde Sokow, os economistas tampouco deixam de insistir em como a inovação, especialmente a tecnológica, é, atualmente, a fonte de produtividade e crescimento, definitivamente a principal alavanca do desenvolvimento econômico.

Existe um pequeno país, porém, que chama a atenção por ter conseguido, se não atingir, pelo menos aproximar-se deste Graal, e isso, apesar de ter muito poucas vantagens para empreender semelhante aventura. Esse país é Israel, uma economia com poucas vantagens a priori, sem recursos naturais, que sequer possui água, e cercado por potências inimigas. Ali ocorreu um milagre: Israel é hoje em dia o país com maior densidade de start-ups (empresas iniciantes) por habitante no mundo, a economia com o maior número de companhias listadas na Nasdaq depois dos Estados Unidos.

Em 2008, o investimento em capital de risco por habitante em Israel era 2,5 vezes maior do que nos Estados Unidos, 30 vezes maior do que na Europa, 80 vezes mais do que na China e 350 vezes mais do que na Índia ou Brasil. Nas décadas passadas, estima-se que foram criados mais de 240 fundos de capital em Israel. Com apenas 7 milhões de habitantes, Israel atrai mais investimentos em capital de risco do que o Reino Unido ou a França, que têm mais de 60 milhões. Gigantes mundiais como Intel ou Cisco têm hoje o núcleo dos seus centros de Pesquisa e Desenvolvimento situados em Israel. Sem esses engenheiros, muitas inovações que conseguem começar a dar seus primeiros passos no mercado mundial jamais veriam a luz do dia.

Um livro publicado recentemente procura compreender o que ocorreu nesse país (Dan Senor e Saul Singer, Start-Up Nation: The Store of Israel s Economic Miracle, Hachette Book Group, 2009). Aos que procuram impulsionar a inovação nos seus respectivos países, e nos latinos, em particular, há nele algumas experiências de grande interesse. Obviamente, há instituições que não são reproduzíveis em nenhum outro país do mundo, experiências que dificilmente poderiam se ambientar em outros contextos nacionais. Apesar disso, o papel desempenhado pela diáspora judaica no mundo, a maneira como esse Estado soube e procurou deliberadamente absorver imigrantes, como impulsionou uma política industrial alavancando-se e alimentando o capital de risco privado, são experiências que os países latinos podem aprender e nas quais podem se inspirar. Isso não diz respeito apenas aos latinos, como demonstra o exemplo recente da Irlanda, que acaba de lançar um programa de capital de risco inspirado na ex periência israelense.

Existe algo, contudo, que chama a atenção nesta trajetória e nesse afã de assumir risco, de aprender com as tentativas e os erros, com os sucessos e os fracassos, de questionar a ordem estabelecida e a autoridade, de apostar definitivamente na dissonância cognitiva. Num dos capítulos mais emblemáticos do livro, conta-se em detalhes como as equipes da Intel Israel, lideradas por empreendedores e engenheiros israelenses procedentes da Califórnia, insistiram e enfrentaram as suas autoridades na sede de Santa Clara para levar suas inovações ao mercado e para converter os processadores concebidos por eles nos sucessos mundiais mais tarde conquistados pela Intel.

O mesmo impulso de inovação destrutiva habita empreendedores como Shai Agassi, um executivo da companhia de software SAP que, depois de ter se tornado o mais jovem membro da equipe dirigente (e, para cúmulo, um não-alemão), demitiu-se para mergulhar numa aventura totalmente destruidora: no propósito de transformar o mundo num "lugar melhor" para viver, ele simplesmente se propôs a liquidar a indústria petrolífera (nefasta, na sua opinião, por contribuir para a poluição do planeta) e, para tanto, eliminar seu principal cliente, a industria automotiva. Para isso, concentrou-se na criação de um carro que deixaria de utilizar o petróleo como energia e utilizaria as baterias elétricas. O nome da sua firma? Better Place.

O exemplo de Israel mostra a qualquer país que não existe nenhuma maldição em matéria de inovação. Nem mesmo a escassez total impede que um país inove e se beneficie das tecnologias mais avançadas. Tampouco existe um DNA que impeça inovar: afinal de contas, a nação israelense se constituiu à base de ondas maciças de imigração procedentes de todos os rincões do mundo, de países distintos como Rússia, Etiópia, Polônia ou da África do Norte.

A partir desse ponto de vista, não há nada que impeça que qualquer país latino, por exemplo, se converta numa nação inovadora. De fato, se tomamos uma região como a América Latina, por exemplo, como mostra um relatório prestes a ser publicado, o Innovalatino, fruto da colaboração da escola de negócios Insead com o centro de Desenvolvimento da OCDE, com o apoio da Fundação Telefônica, existe um centro importante de inovação em processos industriais e uma profusão de criatividade empresarial em toda a região (desde a inovação logística de um Cemex até a criatividade gastronômica de um "chef" como o peruano Gastón Acurio, os exemplos abundam).

É possível que a partir daqui se possa aprender mais com a experiência israelense, que seja possível inspirar-se em formas de capitalizar mais o capital humano das diásporas latinas (em particular, as estabelecidas nos Estados Unidos e na Europa), acionar mais fundos de capital de risco e, acima de tudo, fomentar ainda mais uma educação eficiente, com centros de engenharia ou de gestão de excelência mundial, bem como uma educação mais propensa a favorecer esse espírito de dissonância cognitiva e destrutiva que parece residir em cada israelense, e isso, seja qual for a sua procedência, europeia, africana ou americana.

Fonte: Javier Santiso, professor, ESADE Business School

Uma Nova Maneira de Divulgar e Educar

A escola do século XXI não é igual as escolas dos anos 60, 70, 80 do século passado. Novas tecnologias foram inventadas e de fácil acesso para a população em geral. Com isso, a maneira de educar deve ser modificada, para que a educação não fique "atrasada". Neste blog você poderá encontrar planos didáticos, conteúdos sobre ciências. Para você aluno, este blog será seu novo livro didático. Aproveitem o conteúdo que aqui será disponibilizado.